quinta-feira, 13 de março de 2014

Medula Óssea


Muita gente confunde transplante de medula óssea com transplante da medula espinhal. Infelizmente, não se domina ainda a tecnologia necessária para transplantar um fragmento que seja da medula espinhal, isto é, da porção do sistema nervoso central que passa por dentro do canal localizado na coluna vertebral.

Quando se fala de transplante de medula óssea, estamos nos referindo a um procedimento clínico que possibilita retirar parte da medula alojada na cavidade interna de vários ossos, aquela parte que no esqueleto dos bovinos, por exemplo, chamamos de tutano.

A medula óssea é formada por tecido gorduroso no qual são fabricados os elementos figurados do sangue: hemácias ou glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

No entanto, ela pode entrar em falência e não ser mais capaz de produzir as células do sangue ou pode ser destruída completamente durante o tratamento de determinados tipos de câncer que exigem altas doses de medicamentos quimioterápicos e/ou de radioterapia. Em situações como essas, o transplante alógeno de medula óssea pode ser a única maneira de salvar muitas vidas. O procedimento é bastante simples. Colhe-se uma pequena quantidade de células progenitoras da medula óssea do doador e injeta-se no sangue periférico, na veia do receptor. Através da circulação, essas células atingirão o interior dos ossos, lugar onde mais gostam de viver, começarão a multiplicar-se e retomarão a atividade de produzir os componentes do sangue. Em pouco tempo, o doador terá recomposto completamente sua medula óssea e, se quiser, estará apto para uma nova doação.

Embora simples e possível de ser feito, esse procedimento esbarra num grande problema. Como se sabe, o organismo tem a capacidade de rejeitar tecidos que lhe são estranhos. No caso específico do transplante de medula óssea, essa rejeição tem características muito especiais que dificultam encontrar um doador compatível.

Dúvidas? Vamos tentar esclarecer!

Que chance tem de conseguir um doador a pessoa que necessita de um transplante de medula óssea?
A possibilidade maior é encontrar um doador entre os irmãos. Como se trata de herança genética, a chance de ser compatível é de 25% por irmão. Portanto, quanto mais irmãos houver, maior a probabilidade de um encontrar um doador nesse grupo familiar.
Atualmente, porém, a tendência é existirem famílias cada vez menores. Por isso, entre 60% e 70% dos pacientes que necessitam de um transplante de medula óssea não encontram doadores entre os familiares e precisam tomar outras providências.

O que precisa fazer um doador voluntário de medula óssea?
Primeiro, o doador voluntário precisa preencher um cadastro e colher uma amostra de sangue para um teste de compatibilidade (HLA). O resultado obtido por meio de um exame de laboratório bastante comum é colocado num banco de dados do Ministério da Saúde, o REDOME (Registro dos Doadores de Medula), no Rio de Janeiro. Sempre que houver um paciente que necessite de transplante e não tenha encontrado doador na família, os médicos podem consultar esse registro. Uma vez localizada uma pessoa compatível, ela será convocada para realizar novos exames de sangue e para uma avaliação clínica a fim de saber se pode de fato doar a medula.

Para montar um arquivo de doadores, o sangue desses voluntários é colhido no Brasil inteiro?
O sangue é colhido nos hemocentros dos diversos estados. O processo é bem simples. O doador vai ao hemocentro mais perto de sua casa, colhe uma amostra de sangue e preenche um cadastro. Essa amostra é enviada para um laboratório de histocompatibilidade, que faz um exame e envia o resultado e os dados do doador para o REDOME, no Ministério da Saúde no Rio de Janeiro, onde fica centralizada a informação obtida no Brasil inteiro. Se um paciente precisar de transplante, realiza-se uma busca nesse cadastro para ver se existe alguém compatível.

Vamos levantar uma hipótese. Eu doo uma amostra de sangue e meu nome vai para esse cadastro. Passam-se dois anos e alguém me telefona dizendo: “Estamos precisando de sua medula, porque ela é compatível com uma pessoa que precisa de transplante no Pará”. Qual é o procedimento burocrático daí em diante?
Você irá doar sua medula no centro de transplantes mais próximo de sua casa. Se morar em São Paulo, num dos centros de transplante registrados nessa cidade. O doador não precisa locomover-se até o local do transplante. É a medula que vai congelada num saco como se fosse sangue. Além disso, não existe nenhum custo para o doador. Tudo é pago pelo Ministério da Saúde, pelo SUS.

Chegando ao hemocentro mais próximo de minha casa, qual será o procedimento seguinte?
Numa primeira etapa, será feita uma avaliação clínica do doador para saber se está em condições de doar a medula sem correr nenhum risco e serão repetidos os exames de sangue. As sorologias são feitas só nesse momento. Não é como na doação de sangue comum que elas são feitas imediatamente para verificar casos de hepatite, sífilis, HIV, etc.

Como se doa a medula óssea?
Existem duas formas de doar a medula óssea: por punção de veia periférica para filtração das células-mãe, as células progenitoras, através de um aparelho ou puncionando a medula diretamente da cavidade do osso.

Como é feita a doação por punção da veia periférica?
É um procedimento parecido com o de doar plaquetas do sangue. Antes o doador recebe um medicamento que estimula a produção de células brancas, principalmente de células progenitoras imaturas, que migram da medula óssea para as veias. Cinco dias depois, seu sangue passa por uma máquina semelhante à de diálise, onde é filtrado para coletar essas células. Em média quatro horas de filtração bastam para conseguir a quantidade necessária de material que será processado e levado para o paciente que precisa do transplante.

Já o outro método é puncionar diretamente a medula óssea do osso, do tutano, como você disse. Usando seringa e agulha, são feitas punções no osso do quadril para aspirar o material que contém as células progenitoras do sangue. Nesse caso, o doador é anestesiado para que não sinta dor. Esse procedimento dura 40 minutos.

Quem pode ser doador de medula óssea?
Qualquer pessoa entre 18 e 54 anos, em bom estado de saúde, pode ser doadora de medula óssea.

Qual o número número de doadores inscritos no REDOME?
Atualmente em torno de 45.000 pessoas registradas. Os Estados Unidos têm cinco milhões. Portanto, no Brasil é muito pequena a possibilidade de achar um doador compatível. Já nos Estados Unidos, em média, é de mais ou menos 50%. Dependendo do tipo de herança genética, se for das mais frequentes, a chance de achar alguém no registro americano é de 80% e, se for uma herança mais rara, de 30%. Nós, brasileiros, podemos recorrer aos registros americanos e europeus, mas como nossa herança genética é muito miscigenada, o mais provável é encontrar um doador no nosso País.




ATUALIZAÇÃO DOS DADOS DE CADASTRO

Caso você já tenha feito o cadastro e tenha doado a amostra de sangue, saiba que essa amostra fica armazenada e você não precisa mais doar.
No entanto é preciso atualizar o seu cadastro, pois caso haja uma compatibilidade é preciso entrar em contato com o doador e muitas vezes os dados já não são os mesmos e uma vida pode se perder por isso. Então, você pode preencher seu cadastro neste link do INCA:



FONTE: INCA, Dr. Dráuzio Varela e Dra. Carmen Vergueiro






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