sábado, 4 de junho de 2011

Cuidados com sua boca

Homens acima de 40 anos que fumam, consomem bebidas alcoólicas e seguem dietas inadequadas. Os predicados que desenham o perfil dos propensos a desenvolver câncer bucal não deixam margem para dúvidas sobre as causas da doença. Hábitos como estes, aliados à má higiene oral e uso de próteses dentárias mal-ajustadas elevam os riscos. Embora os cuidados aparentemente sejam simples, os números sinalizam a dificuldade para a inclusão de costumes saudáveis no dia a dia. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o País registra 14 mil novos casos de câncer de boca por ano. O índice serve de alerta para a campanha de prevenção que ganha força amanhã, quando os gaúchos vivem o Dia Estadual de Prevenção ao Câncer Bucal.
No Vale do Rio Pardo são encontradas situações favoráveis à doença.  Conforme o dentista Túlio Danoski, o hábito de mascar fumo, comum no interior, faz crescer em 50 vezes a chance de desenvolver o problema. A exposição ao sol durante o trabalho agrícola também eleva a possibilidade de aparecimento. “Percebemos grande prevalência de tumores de lábio inferior nos agricultores da nossa região. A maioria poderia ser prevenida pelo uso do chapéu com aba larga e protetor solar labial”, sugere.
Além do lábio, toda a cavidade oral ­– mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca – podem apresentar sinais da doença. Os sintomas incluem feridas de difícil cicatrização; caroço ou inchaço na bochecha; ínguas no pescoço; perda da sensibilidade ou sensação de dormência em qualquer parte da boca; manchas brancas ou vermelhas; dificuldade para mastigar ou engolir; dor de garganta; mudança de voz e rápido emagrecimento. Para a cura, a cirurgia é indispensável, além de um tratamento de radio ou quimioterapia. “É essencial entrar em contato com um profissional que esteja familiarizado com as mudanças produzidas na boca por essa terapias, pois elas necessitam de cuidados especiais durante o tratamento”, alerta Danoski.
Antes de remediar, vale a pena apostar na prevenção. Simples, os cuidados para evitar o câncer de boca fazem parte da manutenção da higiene bucal, que deve ser realizada semestralmente. O autoexame também deve ser incorporado à rotina. Na frente do espelho, a pessoa pode procurar sinais nos lábios, céu da boca, língua (embaixo e nas laterais), bochecha, pescoço e na região abaixo do queixo. “O diagnóstico precoce das lesões pode ser decisivo no prognóstico do tratamento”, enfatiza.

UM RISCO A MAIS
Notícias recentes têm destacado a relação da doença com o sexo oral. Em São Paulo, o Instituto do Câncer divulgou que 60% dos casos de câncer de orofaringe (região atrás da língua, palato e amídalas) atendidos no último ano tinham ligação direta com o papilomavírus (HPV), no caso transmitido pelo sexo oral sem proteção. Existe uma vacina contra o HPV, mas esta não protege contra o HPV 16, causador do câncer. No Brasil, apenas mulheres entre 9 e 26 anos têm indicação para a imunização. Ainda assim, a vacina só está disponível na rede privada com custo médio de R$ 900,00.

FONTE: Gazeta do Sul

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