Ser mulher e estar em acompanhamento após diagnóstico de câncer, é um desafio. Pois, ter alta do tratamento mais intensivo, significa voltar a realizar suas atividades e também fazer novas escolhas.
As transformações a partir da experiência do adoecer são visíveis na vida das mulheres e impactam diretamente na sua vida social, nos seus relacionamentos afetivos, em casa e no seu trabalho. As mudanças não são somente mudanças de hábitos ligados à saúde como: questões de obesidade, sedentarismo, alimentação e outras. Elas também passam por mudanças físicas, químicas, biológicas e emocionais e cada uma com as suas particularidades.
Retornar ao trabalho é um processo que traz consigo muitas angústias, dúvidas e ansiedades sobre o novo hoje, sobre o amanhã e, também, sobre o futuro. Não estar mais no padrão após o tratamento para o retorno ao trabalho também é uma preocupação, pois, socialmente, somente a mulher que pertence a um padrão de moda, beleza e produtividade será uma pessoa bem-sucedida, admirada pela sociedade, e por consequência uma mulher feliz.
Relatos de usuárias:
Luciana Gomes:
“Quando eu voltei a trabalhar voltei mais devagar, me cuidando mais, antes eu fazia mil coisas ao mesmo tempo, nunca dizia não para ninguém. Fiquei feliz e mais calma, pois a gente fica com medo das pessoas terem preconceito ou não querer ficar com alguém que teve câncer. E até porque a gente tem que sair muito, fazer exames, consultas e faltar o serviço, para continuar fazendo o tratamento (no meu caso injeção trimestralmente e pegar remédios que tenho que tomar por 10 anos”.
Hiliberta Manske:
“Foi muito difícil, se adaptar à nova fase da minha vida, precisei acompanhamento, fiz mudança de setor, muitas coisas estão envolvidas, a auto estima também. Foi devagar, em momentos achei que não daria conta e hoje vejo que valeu a pena”.
Nossas usuárias, todos os dias se vestem de si e saem para enfrentar as suas barreiras e muitos preconceitos. Transformadas de corpo e alma sem olhar para trás, seguem suas vidas dando o seu melhor.
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